segunda-feira, 24 de maio de 2010

Miguel Reale

memória




Quando a existência chega a uma curva

que nada nos aponta no caminho

a glória conquistada fica turva,

a coroa ferindo mais que o espinho.



Ter saudade de erros e perigos

e até da injúria em horas desiguais,

é como reprisar filmes antigos

sem gosto de viver tempos atuais.



O surpreendente em nossa trajetória

é percebermos, ao galgar um cume,

que só nos resta o espelho da memória.



Como é sombria essa luz do ocaso

quando a esperança toda se resume

no fruto amargo que nos der o Acaso!







Miguel Reale

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