terça-feira, 22 de março de 2011

NIETZSCHE

“O pensamento...emerge em mim- de onde? Por meio de que? Não sei. Ele vem, independentemente de minha vontade costumeiramente envolto e ensombrecido por uma multidão de sentimentos, desejos, aversões, também de outros pensamentos... Nós o extraímos de tal multidão, limpamos, colocamo-lo sobre seus pés... quem faz isso tudo- não sei, e sou aqui, seguramente mais espectador do que causa desse processo... Que em todo pensar parece tomar parte uma multiplicidade de pessoas-: isso não é, de maneira alguma, fácil de observar, somos fundamentalmente mais fortes no inverso, ou seja, ao pensar, não pensar no pensar. A origem do pensamento permanece oculta; é grande a probabilidade de que ele é apenas sintoma de um estado muito mais abrangente;que justamente ele chega e nenhum outro,


que ele chega justamente com essa maior ou menor clareza, por vezes seguro

e imperioso, por vezes fraco e carente de apoio...exprime-se em sinais, em

tudo isso, alguma coisa de nosso estado global ”(F. Nietzsche - Fragmento póstumo; GA

XIV,40s.Junho-julho de 1885 ,n. 38[1]; KGW VII3,p. 323 s , apud Muller-

Lauter, op.cit., p. 150).

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