segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ferreira Gullar

Off price

Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
fora de esquema
meu poema
inesperado


e que eu possa
cada vez mais desaprender
de pensar o pensado
e assim poder
reinventar o certo pelo errado


- Em alguma parte alguma
-------------------------------
MADRUGADA

Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo) ouço
crescer no osso e no músculo da noite
a noite


a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes

FERREIRA GULLAR

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