quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CRUZ E SOUSA

CAVADOR DO INFINITO


Com a lâmpada do Sonho desce aflito
e sobe aos mundos mais imponderáveis,
vai abafando as queixas implacáveis,
da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo escrito
sente, em redor nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
o cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava
mais o Infinito se transforma em lava
e o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho
e com seu vulto pálido e tristonho
cava os abismos das eternas ânsias!

(In: Últimos sonetos) CRUZ E SOUSA

Nenhum comentário:

Postar um comentário